Você já sabe que pizza, cachorro-quente, batata frita e sorvete não são amigos da sua dieta, muito menos da sua saúde. Na verdade, todo mundo já sabe disso.
Porém, existem diversos alimentos que parecem saudáveis, mas que na verdade são tão ruins ou até piores que esses aí em cima.
Alimentos que a indústria alimentícia tenta nos empurrar como nutritivos e benéficos, mas que na verdade estão acabando com a sua saúde, atrapalhando seus resultados e fazendo você desistir de ter uma alimentação equilibrada.
Detalhe: a ideia de que esses alimentos são saudáveis é tão forte que, inclusive no Banco de Imagens que utilizo, praticamente todas as fotos estavam associadas à saúde, fitness e alimentação saudável.
É exatamente essa imagem que a indústria de alimentos tenta vender, e quase sempre consegue.
Mas aqui no Guia da Boa Forma os falsos alimentos saudáveis não passarão! #xôfalsiane
Continue lendo este artigo para saber:
- Quais produtos alimentícios parecem saudáveis, mas não são (e o porquê);
- Como identificar se um produto é saudável ou não;
- Como adoçar seu suco, café ou receita de maneira saudável, sem elevar os níveis de insulina no corpo.
Escolher comer mal é uma coisa. Escolher comer bem, se esforçar para isso e ser enganada é inaceitável.
Hoje a indústria alimentícia deixa de iludir uma pessoa: você.
Vem comigo!
#1. Barrinhas de Cereal
O primeiro produto desta lista não podia ser outro.
As barras de cereal surgiram como uma opção de lanche saudável, especialmente por causa da quantidade de fibras e também pela praticidade.
De fato, as fibras são nutrientes que aumentam a sensação de saciedade e auxiliam no bom funcionamento do intestino.
Mas, de acordo com a Anvisa, para que um produto seja considerado “rico em fibras”, precisa ter, no mínimo, 3g de fibra a cada 100g do produto.
Quando analisamos essa quantidade de barrinha de cereal Nutry, por exemplo, ela não chega nem a 3g, possuindo apenas 2,3g de fibras a cada 100g.
Porém, vale lembrar que para consumir 100g deste produto, você precisaria ingerir mais de 4 barrinhas (4,55 para ser exata), já que a unidade tem 22g.
Só que esse é o menor dos problemas.
A insuficiência de fibras é compensada pelo excesso de açúcar, além da presença de gorduras trans, glúten, lecitina de soja e outras diversas substâncias químicas.
Dá uma olhada na lista de ingredientes (disponível aqui):
Ingredientes: – Glicose – Flocos multicereais – Farinha de Arroz – Milho – Trigo – Cevada – Aveia – Açúcar – Maltodextrina – Extrato de malte – Sal cloreto de sódio – Antiumectante – Estabilizante fosfato dissódico – Chocolate ao leite – Gordura vegetal – Cacau em pó – Soro de leite em pó – Leite em pó integral – Massa de cacau – Sal cloreto de sódio – Emulsificante lecitina de soja – Ácido Ricinoléico – Poliglicerol – Aromatizante – Açúcar mascavo – Açúcar Invertido – Gordura de palma – Pasta de Avelã – Lecitina de soja 322 – Corante caramelo – Glúten – Traços de castanha do pará
A lista de ingredientes sempre é apresentada em ordem decrescente, ou seja, a glicose (um dos nomes do açúcar) é o que está presente em maior quantidade.
E além do açúcar em si, a barrinha tem maltodextrina, açúcar mascavo e açúcar invertido, que são exatamente a mesma coisa. Leia este artigo para conhecer os inúmeros nomes do açúcar, todos criados pela indústria de alimentos.
Já gordura vegetal é um dos nomes para gordura trans, um tipo de gordura modificada industrialmente e que o corpo humano sequer consegue absorver.
Ainda assim, sabe-se que seu consumo pode aumentar o risco de doenças do coração, diabetes, hipertensão, infarto do miocárdio e depressão, entre outros problemas.
Barrinhas em geral também contêm glúten, uma proteína de difícil digestão e altamente inflamatória, e lecitina de soja, substância usada para dar liga no alimento e que pode causar alergia, principalmente em crianças.
Eu só analisei um sabor, de uma marca, mas você pode ver neste site que o mesmo vale para diversas marcas de diferentes sabores.
Não posso afirmar que todas são ruins porque não li o rótulo de todas as barrinhas existentes no mercado. Mas eu, particularmente, não conheço nenhuma que se salve.
Todas que conheço são riquíssimas em açúcar: ou seja, por mais que as fibras contribuíssem para a sua saciedade, o açúcar gera picos de insulina, hormônio responsável por armazenar gordura e bloquear o seu cérebro de receber o sinal de saciedade.
Então logo depois de comer uma barrinha, você já está com fome de novo. Se é que em algum momento ela realmente saciou você.
Aliás, liberte-se dessa mentira de que temos que comer de 3 em 3 horas. Isso não deveria ser ensinado como regra. Entenda o por que neste artigo.
#2. Biscoito de “Água e Sal”
Se os biscoitos de água e sal só levassem esses dois ingredientes, então o mar seria um imenso biscoito.”
É uma piadinha infame, mas é a realidade.
Quando eu era criança, achava que fazer dieta era comer biscoito de água e sal (cream cracker) com suco de caixinha.
Há uns 10 anos eu sei que isso sequer pode ser chamado de comida, mas muita gente ainda acredita que sim.
Pode até parecer uma opção saudável, já que quando comparado a outros tipos de biscoitos, especialmente recheados, o sabor é bem sem graça.
Mas além de não ser tão gostoso e quase sempre precisar de um acompanhamento para ficar com sabor aceitável, este tipo de biscoito é uma péssima escolha quando se trata de alimentação saudável.
Olha a listinha de ingredientes do biscoito Cream Cracker, disponível no site da Piraquê:
Ingredientes: Farinha de trigo rica com ferro e ácido fólico, gordura vegetal, malte, leite em pó, açúcar, sal, fermento biológico e fermento químico: bicarbonato de sódio e fosfato monocálcico. CONTÉM GLÚTEN.
A farinha branca é logo o primeiro ingrediente, portanto, o que está presente em maior quantidade. Muita gente se pergunta: qual é o problema da farinha? Nossos antepassados comiam e etc.
A farinha branca é uma invenção moderna. Antigamente, o pão – derivado mais popular do trigo – era feito com farinha de cereais integrais, com todos os nutrientes preservados e passava por um longo processo de fermentação natural, que o deixava mais digesto e nutritivo.
O trigo da era moderna, também conhecido por trigo-anão, é um produto de manipulação genética e hibridização.
A consequência desta hibridização é que o trigo se transformou em um alimento de alto índice glicêmico (IG) que provoca picos de insulina no sangue da mesma forma que o açúcar.
Isso é resultado de diversas gerações de cruzamentos e seleção de sementes que visam o máximo teor de amido e glúten, elementos essenciais na estética e na textura almejadas nos derivados do trigo.
O teor de glúten do trigo atual chega a ser 4x maior que o trigo original do Crescente Fértil, onde a própria agricultura teve início.
E o preço a se pagar por isso é alto: a intolerância ao glúten se torna cada vez mais frequente na população. Entenda tudo sobre o glúten neste artigo.
Em relação ao fato da farinha ser enriquecida com ferro e ácido fólico, trata-se de uma lei que torna obrigatória a fortificação das farinhas de trigo e de milho.
O objetivo é prevenir a má formação do tubo neural (estrutura precursora do cérebro e da medula espinhal) no feto.
Ácido fólico e ferro podem ser facilmente encontrados em vegetais como espinafre, couve, brócolis, couve-flor, aspargos, além de castanhas, sementes e alguma leguminosas.
O segundo ingrediente da lista é a gordura vegetal. Como você viu no item anterior, esse é um dos nomes da gordura trans.
O problema é que vários biscoitos deste tipo, especialmente integrais, alegam ser “livre de gorduras trans” e o pior, são acobertados pelas regras da Anvisa.
No Brasil, quando um produto possui até 0,2g de gordura trans por porção (não no produto todo, apenas na porção especificada), podem ser utilizadas alegações “livre de gorduras trans“, “não contém…”, “livre…”, “zero…”, “sem…”, “isento de…” nos rótulos dos alimentos.
E, claro, a lista ainda possui açúcar, mais um ingrediente para causar picos de insulina no organismo e deixar você constantemente com fome.
Em relação aos biscoitos, vale analisar uma versão “integral” também, como o Club Social.
Em 100g de Club Social Integral, a quantidade de fibras é 3g, o valor mínimo exato que a Anvisa estabelece para um produto ser considerado “rico em fibras”.
Entretanto, 1 pacotinho (quantidade que as pessoas costumam consumir) tem apenas 26g e, portanto, só 0,8g de fibras.
Sobre o fato de o biscoito não ter gorduras trans, vale alertar sobre a tolerância de 0,2g por porção. E, de qualquer forma, dá uma olhada no segundo ingrediente: gordura vegetal hidrogenada!
Ah, e detalhe, a embalagem do produto diz que o biscoito é integral, mas o primeiro ingrediente (e portanto o que está presente em maior quantidade) é a farinha de trigo refinada.
A farinha de trigo integral só aparece como terceiro ingrediente, em menor quantidade que a própria gordura trans!
Sendo assim, não se engane com os traços marrons de trigo, presentes em tantos alimentos “integrais”. Esse biscoito, assim como todos os produtos alimentícios dessa lista, não é saudável!
Biscoitos Doces
Atenção aos biscoitos e bolachas doce, como Nesfit e Bel Vita, que surgiram como opções saudáveis, inclusive propondo desafios como “Operação Biquíni”. ?
A ideia do programa era que, a partir das dicas fornecidas e consumindo os alimentos da linha, a pessoa conseguiria perder peso em 14 dias. Analisando a lista de ingredientes, parece que a pessoa só iria se frustrar:
Ingredientes (biscoito sabor leite e mel): Farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, farinha de trigo integral, margarina, açúcar, amido, mel, leite em pó integral, sal, soro de leite, fermentos químicos bicarbonato de amônio, bicarbonato de sódio e fosfato monocálcio, aromatizante e emulsificante lecitina de soja, ésteres de mono de diglicerídeos de ácidos graxos com ácido diacetil tartárico e mono e diglicerídeos de ácidos graxos. Contém Glúten.
Na embalagem do produto diz que é “feito com cereal integral”. Realmente, há farinha de trigo integral na composição.
O problema é que o primeiro ingrediente da lista é a farinha de trigo refinada, ou seja, é ela que está presente em maior quantidade. Já começa mal.
Açúcar, amido e mel elevam os níveis de insulina no sangue da mesma forma, o que contribui para o armazenamento de gordura e sensação de fome. Detalhe que o biscoito é de leite e mel, porém possui mais açúcar do que mel propriamente.
Sobre a margarina, minha avó já dizia: “Já reparou como nem as moscas pousam na margarina?”
A margarina – não confunda com manteiga – é uma mistura de óleos vegetais hidrogenados e óleos vegetais líquidos, portanto, um tipo de gordura trans.
Também possui compostos químicos nocivos como ácido sulfúrico, soda cáustica, ácido benzóico, aromatizantes e estabilizantes.
Este produto simplesmente não estraga. Imagina o resultado disso no seu corpo?
E a lista não termina por aí: há também as várias substâncias químicas, incluindo a já citada lecitina de soja, e também o glúten.
Então, cuidado com receitas “fit” que levam esse tipo de ingrediente. Receita fit é ooooutra coisa e muito em breve você vai saber do que estou falando. 😉
#3. Leite de Soja
A lista de ingredientes do leite de soja apresenta diversas substâncias químicas, além de açúcar (normalmente com nome de maltodextrina).
No entanto, o principal problema está no leite de soja em si, que é altamente indigesto e carrega em sua composição todos os antinutrientes e toxinas advindas do processo de industrialização.
Além disso, a soja contém fitoestrogênios, substâncias que levam a desequilíbrios hormonais quando consumida em excesso.
Pior: de acordo com o FDA americano, 93% de toda a soja disponível no mercado são transgênicas.
A soja geneticamente modificada contém muito mais fitoestrogênios do que a soja natural, além de ser um dos produtos que mais recebe agrotóxicos.
Isso pode ocasionar puberdade prematura e a uma série de doenças relacionadas ao excesso de estrogênio, como a Síndrome dos Ovários Policísticos (que não deveria ser tratada com anticoncepcionais).
Também existem problemas envolvendo o processo de feitio do leite de soja, que desnatura sua proteína, tornando-a extremamente difícil de ser digerida pelo corpo.
E mais: a solução alcalina em que os grãos ficam de molho deixa neles um carcinogênico (cancerígeno) chamado lisinealina.
Nos próximos artigos, eu vou falar de opções ao leite de vaca e também ao leite de soja. Continue acompanhando o blog para conhecer os melhores substitutos.
E leia este artigo da Pura Vida para exatamente por que a soja não pode ser considerada um alimento saudável, em especial na grande quantidade que somos incentivados a consumir.
#4. Peito de Peru e Blanquet de Peru
Não fique chateada comigo, por um bom tempo eu também achei que peito de peru (e o blanquet) fosse um alimento saudável.
A verdade é que geralmente fazemos nossas escolhas a partir de referências e o peito de peru parece menos gorduroso que o presunto, por exemplo.
Em primeiro lugar, gorduras naturais não fazem mal. Ao contrário do que o senso comum prega, elas são muito mais que benéficas: são essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo, além de contribuírem para o emagrecimento.
Acha que estou louca? Então leia este artigo, no qual explico absolutamente tudo sobre gorduras, especialmente saturadas.
E o fato é que o peito de peru tem a mesma quantidade de gorduras que o presunto. Logo, se seu motivo de escolha era esse, já pode abrir mão dele.
Mas a semelhança com o presunto não termina por aí: os dois são uma mistura de carne e pele do animal.
Se você ainda não está convencida, vamos analisar a lista de ingredientes do blanquet de peru da Sadia (adoro essa parte!).
Ingredientes: Peito de peru, água, fécula de mandioca, maltodextrina, sal, proteína de soja, regulador de acidez lactato de sódio, aromas naturais, aromas naturais de pimenta preta, vermelha e branca, aroma natural de fumaça, estabilizantes tripolifosfato de sódio e polifosfato de sódio, antioxidante eritorbato de sódio, realçador de sabor glutamato monossódico, conservador nitrito de sódio, corante carmim.
Sim, o peito de peru está em primeiro lugar, mas o terceiro ingrediente é fécula de mandioca, um tipo de amido, que assim como a maltodextrina faz com que o alimento tenha índice glicêmico elevado. Isso porque o peito de peru era para ser uma proteína…
Continuando: o glutamato monossódico, amplamente utilizado pela indústria alimentícia, é cancerígeno comprovado, pode causar intoxicação e alterar o metabolismo da fome e da saciedade.
Aroma de Natural de Fumaça? Não sei nem o que falar sobre isso.
Um produto com essa lista imensa de ingredientes dá para ser chamado de saudável? Pense duas vezes antes de pedir seu sanduíche “natural” de peito ou blanquet de peru. Sobretudo se for para comer todo santo dia.
» Leia também: Pão, cereais, suco e danone: Por que tudo que nos ensinaram sobre o que comer no café da manhã está errado?
#5. Kani-kama
Kani-kama não é só o ingrediente do sushi que sempre sobra no rodízio de japonês, ele é também a carne de caranguejo que colocamos na salada, certo?
Errado. Na própria embalagem vem escrito “Bastonetes de surimi congelados com sabor imitação carne de caranguejo”.
A principal matéria-prima do kani é o surimi. Surimi é um composto de peixes (basicamente merluza) que, segundo historiadores, é produzido pelos japoneses há milhares de anos, onde a carne dos músculos é triturada, peneirada e lavada para eliminar a pele, as escamas e as espinhas.
Ao final desse processo, obtém-se uma pasta de proteínas de peixe sem sabor, sem cheiro e sem cor.
Para que o alimento passe a ter essas características, são adicionadas diversas substâncias químicas. Veja a lista de ingredientes abaixo.
Ingredientes: Surimi (polpa de merluza), água, amido, óleo vegetal, clara de ovo, sal, sorbitol (INS 420), açúcar, Flavorizante: essência natural de caranguejo. Realçador de sabor: INS 621 (glutamato monossódico); Corantes: INS 120 e INS 160c (corante natural de cochinila e páprica), e polifosfato de sódio (INS 450). Contém glúten.
Amido e açúcar em um alimento que deveria ser apenas carne de caranguejo. Ou seja, você pensa que está ingerindo uma proteína, mas na verdade é um produto alimentício com índice glicêmico aumentado.
Sorbitol é um edulcorante, ou seja, adoçante. E logo abaixo eu falo sobre eles (e não é nada bom).
O onipresente glutamato monossódico é considerado um dos piores aditivos químicos para saúde, e ainda assim é o mais utilizado pela indústria alimentícia.
A colchinila é um corante alimentício avermelhado que é obtido esmagando-se um inseto vermelho de mesmo nome. E o kani ainda possui glúten!
No total, são 13 ingredientes em um produto que muitos acreditam ser natural e saudável.
Na verdade, pode-se dizer que o kani é praticamente a versão japonesa do nugget do Mc Donald’s.
Vale deixar aqui uma reflexão bem interessante do Alimentação e Saúde:
Admitam os adeptos ou não, comida japonesa virou moda. E o que antes era uma comida cara, ficou acessível. Como? Com salmão de cativeiro (que se alimenta de ração com corante) no sashimi, merluza em vez de caranguejo no sushi e shoyu sem fermentar. Precisa dizer que a saudável comida japonesa industrializou-se e deixou de ser saudável?”
#6. Adoçantes artificiais
A idéia do “prazer sem culpa” é realmente sedutora e a indústria alimentícia adora brincar com isso.
Porém, existem dois problemas principais no uso de adoçante artificiais.
Primeiro, quando o seu paladar se adapta ao sabor doce, inconscientemente ele pede açúcar, o que vez ou outra (em alguns casos, quase sempre) faz acontecer uma “jacada”.
Segundo, e mais importante, é que boa parte dos adoçantes age exatamente igual ao açúcar no seu organismo.
Um estudo publicado na revista Diabetes Care, liderado por pesquisadores do Centro para Nutrição Humana da Escola de Medicina da Universidade de Washington, St. Louis, Missouri, decidiu investigar os efeitos da sucralose – ou Splenda – em indivíduos obesos que não usavam adoçantes.
Os resultados mostraram que uma única dose de sucralose resultou em um aumento de 20% nos níveis de insulina, uma elevação de 22% no pico da taxa de secreção de insulina.
Houve também uma redução de 7% na depuração da insulina, o que indica uma diminuição na sensibilidade a esse hormônio.
Vale lembrar que a sucralose é amplamente utilizada em produtos rotulados “sem açúcar” ou “diet”, que têm como público principal justamente pessoas com diabetes ou que desejam emagrecer.
Além disso, este adoçante é resultado de uma pesquisa sobre inseticida (!). Ele é feito de cloro e este componente por si só é carcinógeno.
A sucralose também está associada a inchaço, gases, náusea e a outros problemas estomacais. Algumas pessoas também se queixam de perda de memória e tonturas.
No entanto, infelizmente, não é só a sucralose que apresenta efeitos nocivos ao ser humano.
O aspartame, apesar de sua ligação bem conhecida com danos cerebrais e mais de 40 efeitos adversos à saúde documentados, é aprovado em 90 países.
A sacarina é menos pior que o aspartame, mas também não é uma boa opção. Ela é originalmente derivada do alcatrão de carvão e inclusive já teve uma advertência sobre o risco de câncer em seu rótulo.
A advertência foi retirada antes de qualquer estudo conclusivo, obviamente movida por interesses econômicos.
Além disso, a sacarina já foi relacionada a reações alérgicas e picos nos níveis de insulina.
E cuidado com os adoçantes de frutose! Frutose é o nome do açúcar encontrado nas frutas, mas também em diversos tipos de adoçantes industrializados, como o néctar de agave.
A frutose é 100% metabolizada no fígado. O consumo deste tipo de açúcar isolado tem um impacto considerável para o desenvolvimento da síndrome metabólica e para a resistência à insulina, que pode levar à obesidade, diabetes, hipertensão e aumento dos triglicerídeos.
Porém, quando você consome a frutose em sua forma natural, junto com as fibras, a água e os micronutrientes das frutas, ela só será prejudicial se consumida em excesso.
O que usar para adoçar então?
O ideal é tentar diminuir ao máximo a ingestão de açúcar e elementos doces. É um processo: praticamente ninguém começa comendo, de boa, chocolate 100% cacau ou tomando café sem açúcar.
Vá diminuindo gradualmente e, quando precisar adoçar, use uma das opções abaixo:
1. Xylitol: é um adoçante de fonte natural, tão doce quanto o açúcar comum, mas com quase metade das calorias e baixo índice glicêmico.
Pode ser utilizado tanto na culinária como no dia a dia. Não provoca cáries e é indicado para diabéticos, autistas e crianças.
A Essential Nutrition o comercializa no Brasil.
2. Estévia (ou Stevia): adoçante natural não-calórico, tem mais de 1500 anos de utilização segura documentado. Ele é um extrato das folhas da Stevia Rebandiana, que chega a ser até 200 vezes mais doce do que o açúcar.
Mas, atenção! Sempre tem uma pegadinha…
A maior parte dos adoçantes populares contém apenas 1% de Stevia.Os outros 99% são compostos de sabores naturais, dextrose ou maltodextrina extraída do milho, trigo ou arroz.
Essas substâncias podem alterar a flora intestinal, causando gases, náuseas e outros sintomas. Além disso, dextrose e maltodextrina são tipos de açúcar.
Mesmo que não sejam consideradas por lei, atuam exatamente igual ao açúcar no seu organismo.
É possível comprar folhas de estévia desidratadas – a forma mais saudável de estévia – em lojas que vendem ervas, ou mandar fazer em uma farmácia de manipulação de sua confiança.
3. Eritritol: O eritritol é um adoçante sem calorias, saboroso e de bom volume, adequado para uma variedade de alimentos e bebidas de calorias reduzidas e sem açúcar.
Faz parte da dieta humana há milhares de anos devido à sua presença em frutas e outros alimentos.
A tolerância digestiva do eritritol é bem elevada, ele não causa picos de insulina e é, portanto, seguro para diabéticos, além de não promover a cárie dentária.
4. Taumatina: Extraída de uma fruta originária do oeste africano, a taumatina tem o sabor 2.500 vezes mais doce que do próprio açúcar refinado.
Ela também mascara o sabor amargo e metálico de inúmeras substâncias, incluindo o de adoçantes artificiais.
Além de ser a substância mais doce da natureza, a taumatina, que é uma proteína 100% natural, é totalmente segura para a saúde.
Ela é metabolizada/digerida pelo corpo humano e pelos animais da mesma forma que qualquer outra proteína natural. Essa é uma das razões pelas quais a taumatina é considerada por autoridades regulatórias em todo o mundo como uma substância segura.
» Leia também: Manual do Jejum Intermitente: A prática milenar que concilia saúde, emagrecimento e espiritualidade
#7. Farinha Láctea
É provável que você não consuma farinha láctea (espero que não!), mas certamente conhece alguma criança que consome. Ou pior, talvez você mesma dê aos seus filhos.
A indústria alimentícia, aliada à propaganda, consegue convencer as pessoas de qualquer coisa e têm muitos pais por aí achando que Farinha Láctea é um alimento saudável para crianças.
Ela não é saudável para crianças, ela não é saudável para adultos, ela não ajuda no desenvolvimento infantil e, na verdade, é bastante prejudicial.
Vamos analisar os ingredientes e os valores nutricionais:
Ingredientes: Farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, açúcar, leite em pó integral, vitaminas e minerais, sal e aromatizantes. Contém Glúten.
Os dois primeiros ingredientes são farinha de trigo e açúcar, portanto, estão presentes em maior quantidade. Isso gera picos de insulina no corpo e transforma boa parte dessa glicose em gordura.
Há ainda uma quantidade bem considerável de glúten. E por mais que haja vitaminas e minerais, a quantia de açúcar não compensa.
Para ser ainda mais exata: cada 30 gramas de farinha láctea têm 22 gramas de carboidratos (apenas 0,8g de fibra alimentar, que é um tipo de carboidrato).
Se o produto todo tem 400 gramas, então há 293 gramas de carboidratos em toda a lata, ou seja, mais de 70% de açúcar.
Você, seu filho(a) ou qualquer outra pessoa podem obter vitaminas e minerais consumindo frutas, legumes, verduras, oleaginosas.
Ou seja, comida de verdade.
Vale lembrar ainda que a alimentação dos nossos primeiros 1000 dias de vida interferem profundamente em nossos hábitos e em nossa saúde da vida adulta.
Uma criança obesa tem 50% a 80% de chance de se tornar um adulto obeso. E também de se tornar viciada em açúcar, já que o mesmo estimula áreas do cérebro ligadas ao prazer e à recompensa.
Como sugere este estudo, o açúcar provoca a liberação de níveis significativos de dopamina – um neurotransmissor que está ligado a comportamentos de motivação por recompensa – e isso garante a eficiência do reforço do mecanismo do açúcar.
Resumo: quanto mais açúcar você come, mais você quer comer. Quanto mais cedo isto é estimulado, pior.
#8: Shakes para Emagrecer
Por favor, não estou me referindo a shakes que você mesma faz em casa, com ingredientes frescos, naturais e selecionados.
Não tenho nada contra esses shakes caseiros. Pelo contrário, tenho bastante costume de prepará-los no meu dia a dia.
Refeições líquidas são práticas, fáceis de transportar e, dependendo da escolha dos ingredientes, podem ser extremamente nutritivas e saborosas.
Os shakes a que me refiro são os industrializados, aqueles que prometem ser uma fórmula mágica para o emagrecimento.
Com isso esclarecido, vamos aos fatos.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) reprovou a qualidade nutricional dos cinco shakes mais vendidos no mercado:
– Shake Bioslim
– Diet Shake
– Diet Way
– Herbalife
– In Natura
De acordo com a instituição, a quantidade de nutrientes dos produtos (carboidratos, proteínas e gordura), avaliada em laboratório, não é balanceada.
Por isso, segundo a Proteste, não é adequado substituir uma ou mais refeições pelo shake, conforme o sugerido pelos fabricantes, pois sobram ou faltam os pilares da boa alimentação, o que coloca a saúde em risco.
E basta dar uma olhada na lista de ingredientes para ver que o problema não é só esse. Vamos ver a lista do shake Herbalife:
- Ingredientes: Proteína isolada de soja, frutose, cookies de chocolate, inulina, fibra de aveia, polidextrose, farelo de aveia, cloreto de potássio, caseinato de cálcio, proteína concentrada do soro de leite, mix de vitaminas e minerais (maltodextrina, ortofosfato férrico, vitamina C, sulfato de zinco, vitamina E, niacinamida, gluconato de cobre, pantotenato de cálcio, sulfato de manganês, vitamina B6, tiamina, vitamina A, ácido fólico, iodeto de potássio, selenito de sódio, biotina, vitamina D e vitamina B12), fosfato de cálcio dibásico, óleo vegetal de canola, óxido de magnésio, triglicerídeos de cadeia média, gengibre, espessantes: goma xantana, carragena e pectina, emulsificante lecitina de soja, aromatizante, antiumectante dióxido de silício e edulcorante sucralose. CONTÉM GLÚTEN.
Só o tamanho da lista já é assustador. Ingredientes mais que suficientes para fazer uma bomba H.
O primeiro ingrediente é a proteína isolada da soja. Como você viu no produto #3 (leite de soja), este não é um alimento saudável como se prega por aí, tanto por não ser bem preparada (fermentada), como também por ser muito processada (e, na esmagadora maioria dos casos, transgênica).
Para produzir a proteína isolada de soja especificamente, os grãos da leguminosa são moídos e depois mergulhados em solvente químico de petróleo, com o objetivo de extrair os óleos naturais do grão.
O restante desta mistura, que é na verdade a sobra do processo industrial de extração do óleo, é combinado com açúcares e com uma solução alcalina (também química) para retirar qualquer resquício de fibra.
A mistura resultante é então precipitada e separada utilizando uma lavagem ácida. Por fim, o que sobra é neutralizado em uma solução alcalina e depois desidratado em altas temperaturas para produzir um pó proteico.
O resultado final é um pó artificialmente desnaturado e indigesto. Por isto é tão comum a incidência de gases naqueles que fazem uso da proteína isolada de soja.
Afinal, mesmo com todo este processamento, grande parte dos antinutrientes presentes na soja resistem e permanecem em seu conteúdo.
Eu já poderia parar de falar da lista de ingredientes do shake, certo?
Não, porque logo o segundo ingrediente é frutose, que assim como a polidextrose e a maltodextrina, é um tipo de açúcar. E ainda têm os cookies de chocolate, que também levam açúcar em sua composição.
Há também óleo de canola na composição. Como eu falo neste artigo, os óleos vegetais tornam-se rançosos no próprio processo de extração.
E ainda têm as inúmeras substâncias químicas que compõem essa lista…
“Ah, mas eu conheço pessoas que emagreceram tomando esses shakes”.
Ok, eu não duvido… Mas além de colocar a própria saúde em risco, por quanto tempo a pessoa permaneceu magra?
Seja franca: você conhece alguma pessoa que emagreceu definitivamente tomando esses shakes? Ou fazendo dietas super restritivas?
Nos primeiros dias de uma dieta restritiva, é muito comum perder uma quantidade bem significativa de peso. E é exatamente isso que te anima a continuar fazendo a tal da dieta milagrosa.
Acontece que a maior parte desse peso corresponde à água que estava retida nos tecidos do corpo e também aos músculos.
O tecido muscular é metabolicamente ativo. Portanto, com menos músculos, seu corpo exige menos calorias diariamente para se manter.
Ou seja, para que a dieta continuasse funcionando e você continuasse emagrecendo, você teria que cortar ainda mais as calorias ingeridas a fim de ajustá-las a esta nova necessidade.
Fazendo isso, você entra em um tenebroso ciclo de fracasso: perderá mais músculos, diminuirá as calorias necessárias, até chegar a um ponto insustentável, em que o mau-humor, fome e frustração se tornam maiores que qualquer força de vontade.
Daí você retoma seus hábitos alimentares, e mesmo que eles não sejam tão ruins, agora seu metabolismo está mais lento e você possui menos massa muscular para consumir energia dos alimentos.
O que normalmente acontece, então? Você recupera o seu peso com bastante facilidade e tem grandes chances de ficar ainda mais gorda rapidamente.
» Leia também: Efeito Sanfona: Por que contar calorias não funciona e o que fazer a respeito
Extra: Maca Peruana (ela é saudável, mas…)
Recentemente recebi um email no suporte de uma leitora chamada Francis.
A Francis me perguntou sobre maca peruana, que de fato possui inúmeros benefícios e é considerada um superalimento andino.
Acontece que no rótulo da marca que ela comprou (Jasmine) estava escrito:
Ingredientes: farinha de arroz, maltodextrina, raiz de maca desidratada (Lepidium meyenii), mix de vitaminas e minerais (cálcio, vitaminas C, B3, E, zinco, vitaminas B2, B6, B1, B5, A e D), fibra natural solúvel inulina e edulcorante natural glicosídeo de esteviol. CONTÉM GLÚTEN.
Farinha de arroz e açúcar (maltodextrina) em maiores quantidades no produto que deveria ser apenas maca peruana? Absurdo!
Com um detalhe: têm marcas que sequer colocam lista de ingredientes… E por que isso?
A maca peruana, legítima, como o próprio nome já diz, só é produzida no Peru.
O Peru é um país bem pequeno e produz relativamente pouco por conta das limitações geográficas. E boa parte da produção tem sido comprada por chineses de maneira clandestina.
Eles chegam a pagar quatro vezes o valor da maca e essa possibilidade de quadruplicar os rendimentos fez com que os agricultores não cumprissem os seus contratos locais e o custo da maca no Peru tenha disparado.
Hoje em dia, 60% da maca é consumida no Peru e o resto das exportações é amplamente dividida entre a China e os Estados Unidos.
Portanto, cuidado com as macas que você encontra por aí.
E, por favor: LEIA OS RÓTULOS. SEMPRE.
Esse é um dos 14 hábitos que irão transformar completamente a sua vida.
Concluindo…
Não se sinta mal por ter acreditado que esses alimentos eram saudáveis. Quase todo mundo já acreditou nisso em algum momento da vida.
Aliás, a maioria das pessoas ainda acredita.
Talvez você esteja se perguntando: “Então eu nunca mais vou poder comer nada disso?”
Gata, você é livre para fazer o que quiser!
Mas agora não será acobertada pela ignorância ou pela ingenuidade: se você decidir comer uma barra de cereal ou biscoito nesfit, vai saber exatamente o que está ingerindo.
Sem falsas ilusões, sem drama, sem se vangloriar por ter feito uma “escolha saudável”.
Conhecimento não serve de nada se nós não o utilizamos. Portanto, use o que você sabe a seu favor.
E sempre que estiver em dúvida sobre a qualidade de um alimento, foque em duas coisas:
1. Comida de verdade é sempre melhor que produto alimentício
Comida de verdade não precisa de rótulo, não tem lista de ingredientes e também não precisa de propaganda. É basicamente aquela que você encontra na feira.
2. Não acredite em propagandas, leia os rótulos!
Produtos alimentícios não estão proibidos, mas sempre que optar por comprá-los, leia os rótulos.
A lista de ingredientes vai dizer tudo que você precisa saber. Lembre-se: ela sempre está em ordem decrescente, portanto, o que vem primeiro está presente em maior quantidade.
Pare de confiar sua saúde e alimentação em uma indústria que lucra vendendo comida. Ela não vai medir esforços para que você compre justamente o que a faz enriquecer. Para eles, sua saúde não é prioridade.
Mas, talvez eu tenha deixado você sem muitas opções e sem saber o que comer, especialmente em refeições intermediárias.
Por ora, peço que você leia este artigo com os 8 alimentos de verdade que não podem faltar na sua rotina.
Mas no próximo post, eu vou falar sobre trocas saudáveis.
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» Atualizado: Leia o artigo sobre Trocas Saudáveis!
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Fontes:
- http://blog.puravida.com.br/o-mito-da-soja-como-alimento-saudavel/
- http://blog.puravida.com.br/o-gluten-nosso-de-cada-dia-2/
- http://www.vice.com/pt/read/o-viagra-dos-incas-chineses-estao-a-piratear
- https://propaganut.wordpress.com/2014/05/23/saibaoquevoceestacomendo-biscoitos-saudaveis/
- http://saude.ig.com.br/bemestar/associacao-reprova-5-shakes-para-emagrecer/n1237538538598.html
- http://vidafit.com.br/blog/do-que-e-feito-o-kani-kama/